Prefácio
Mais de dez anos se passaram desde que este livro foi publicado. Sou grato
à HarperCollins e à Baker Book House por imprimi-lo novamente.
O material encontrado nesses capítulos teve como ponto de partida uma
tese de doutorado, na Universidade de Cambridge, defendida em 1975. Meu
orientador, o rev. dr. Barnabas Lindars, SSF1
(mais tarde professor da cátedra
Rylands de Crítica Bíblica e Exegese da Universidade de Manchester, já falecido), apoiou-me com constantes conselhos, crítica rigorosa e amizade generosa.
Entre seus muitos dons, não menos importantes eram sua integridade intelectual
manifesta, que nunca blefava, e uma disposição paciente de permitir que um
jovem estudante discordasse de seu mentor. Essa grandeza de espírito não é
encontrada em todos os estudiosos, e sou grato por ter tido o privilégio de trabalhar com ele. O fato de esse livro não conter ainda mais erros de julgamento
do que contém deve-se em grande parte ao professor Lindars.
Ao revisar a tese para publicação nesse formato, eliminei cerca de 25 mil
palavras, incluindo alguns dos debates mais técnicos com os escritos secundários,
além de um capítulo sobre o hermetismo e um capítulo sobre Filo. Este último
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Society of St. Francis (ordem religiosa dos franciscanos da Igreja Anglicana). (N. do T.)
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12 SOBERANIA DIVINA E RESPONSABILIDADE HUMANA
acabou encontrando seu lugar em outra publicação (Novum Testamentum 23
[1981]: 148-64). Os trechos em língua estrangeira agora aparecem em inglês
— em traduções oficiais, quando disponíveis, e em minha própria tradução em
outros casos.
Quando escrevi o prefácio da primeira edição deste livro, em 1978, não
fazia ideia de que passaria cinco dos quinze anos seguintes em Cambridge. Essa
perspectiva mais longa me permite repetir com ainda maior entusiasmo os meus
agradecimentos aos que tornaram tão agradável e frutífero o período inicial
do meu curso de doutorado. Várias pessoas e organizações providenciaram os
fundos necessários para cobrir algumas das minhas despesas: em particular, quero
registrar minha gratidão à Bolsa Tyndale para Pesquisa Bíblica, aos gestores do
Fundo Bethune-Baker, aos gestores do Fundo Thorpe (Emmanuel College) e
ao conselho administrativo da Bolsa Mary Robinson. O reverendo Don Cupitt,
então decano do Emmanuel College, ajudou-me em algumas dessas e outras
questões. As excelentes instalações da Biblioteca da Universidade e da Tyndale
House foram disponibilizadas por funcionários competentes e corteses. Os
seminários sobre o Novo Testamento do professor C. F. D. Moule a respeito do
Novo Testamento expandiram meus horizontes como poucas discussões o fizeram antes ou depois. Uma grande oportunidade educacional envolve os lanches
rápidos às onze horas e as pausas para o chá na Tyndale House. Muitas amizades
surgidas ali ou na igreja Eden Baptist Church continuam intactas. Vários colegas revisaram partes da tese original e me salvaram de erros embaraçosos: sou
especialmente grato ao rev. dr. H. H. P. Dressler, ao dr. (agora professor) H. G.
M. Williamson e ao dr. Colin Hemer. O sr. Paul Helm, então na Universidade
de Liverpool (recentemente nomeado para uma cadeira no King’s College,
em Londres), guiou-me na travessia de alguns campos minados filosóficos. Pat
Warkentin (então Pat Doidge) contribuiu com sua datilografia habilidosa, em
uma época (agora difícil de lembrar!) em que os escritores não compunham
seu próprio trabalho em laptops.
Sou grato pelo fato de esse livro ainda ter uma demanda que justifique sua
reimpressão. Se eu tivesse de escrevê-lo hoje, seus principais argumentos, penso
eu, permaneceriam intactos, ainda que a bibliografia e algumas das análises
fossem atualizadas. Tendo escrito recentemente um comentário do Evangelho de
João, suponho que parte da longa seção sobre João nesse livro seria mais madura.
Eu revisaria algumas avaliações de menor importância sobre a Septuaginta e
os Targuns; minhas críticas hesitantes quanto a como a teologia do mérito é
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Prefácio à segunda edição inglesa 13
tratada por E. P. Sanders, cujo livro Paul and Palestinian Judaism2
ainda era recente
quando revisei meu trabalho para publicação, seriam fortalecidas e reforçadas,
mas não mudadas.
Quando este livro surgiu pela primeira vez, foi dedicado aos meus pais e
à minha querida esposa, Joy. A gratidão aos meus pais reconheço ainda mais,
mesmo que precise expressá-la in memoriam. A gratidão a minha esposa eu
posso, graças a Deus, expressar a ela pessoalmente.
Soli deo gloria.
D. A. Carson,
Trinity Evangelical Divinity School,
novembro de 1993